Antes de mais nada, se a sua empresa é prestadora de serviços e optante pelo Simples Nacional, entender o Fator R do Simples Nacional nos Anexos III e V pode representar uma enorme economia tributária. Afinal, esse cálculo simples define se você pagará impostos pelas regras do Anexo III (alíquotas menores) ou do Anexo V (alíquotas mais altas).
Neste artigo, você vai aprender o que é o Fator R, como calcular, quais atividades estão sujeitas a ele e, sobretudo, como usá-lo de forma estratégica para reduzir a carga tributária da sua empresa.
O que é o fator R do Simples Nacional nos Anexos III e V?
O Fator R é um índice que compara a folha de pagamento da empresa (salários, pró-labore, INSS, FGTS e benefícios) com a receita bruta dos últimos 12 meses.
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Se o resultado for igual ou superior a 28%, a empresa é tributada pelo Anexo III, cujas alíquotas começam em 6%.
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Se o resultado for inferior a 28%, a tributação será pelo Anexo V, onde as alíquotas partem de 15,5%.
Em outras palavras, o Fator R funciona como um incentivo: quanto mais a empresa investe em mão de obra formalizada, menor tende a ser a carga tributária.
Quais empresas precisam calcular o fator r?
O cálculo é obrigatório para empresas de prestação de serviços que, em tese, estariam enquadradas no Anexo V, mas podem migrar para o Anexo III caso atinjam o percentual mínimo de 28% na relação folha/faturamento.
Entre as principais atividades sujeitas ao Fator R, estão:
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Medicina, odontologia, psicologia e fisioterapia;
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Enfermagem, fonoaudiologia e terapia ocupacional;
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Medicina veterinária;
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Engenharia, arquitetura e urbanismo;
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Consultoria, auditoria, economia e contabilidade;
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Programação, TI, design e desenvolvimento de software;
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Publicidade, jornalismo e representação comercial;
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Academias de atividades físicas, dança, artes marciais e esportes.
Ou seja, grande parte dos serviços de caráter intelectual, técnico e científico deve considerar o Fator R no planejamento tributário.
Como calcular o fator R passo a passo
O cálculo é feito mensalmente, mas sempre considerando os valores acumulados dos últimos 12 meses. O passo a passo é simples:
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Some a folha de pagamento: salários, pró-labore, encargos, 13º, férias, INSS patronal e FGTS.
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Some a receita bruta: todo o faturamento registrado em notas fiscais no mesmo período.
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Divida um pelo outro
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Compare com o limite de 28%: acima ou igual a esse percentual → Anexo III; abaixo → Anexo V.
exemplo prático
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Receita bruta: R$ 240.000
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Folha de pagamento: R$ 72.000
FatorR=72.000/240.000= 0,30 (30%)
Resultado: tributação pelo Anexo III, com alíquotas reduzidas.
Se a folha fosse de apenas R$ 48.000, o resultado seria 20% e a empresa seria tributada pelo Anexo V, pagando bem mais impostos.
Como funciona o cálculo em empresas novas
Empresas com menos de 13 meses também devem calcular o Fator R, mas de forma proporcional.
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No 1º mês, considera-se apenas o faturamento e a folha daquele período.
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Nos meses seguintes, o cálculo leva em conta a soma dos meses anteriores, até completar os 12 meses.
Essa regra evita distorções e garante que empresas recém-abertas também possam se beneficiar do Fator R.
Diferenças entre os anexos II e V do simples nacional
Para entender melhor:
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Anexo III → serviços que podem migrar via Fator R, alíquotas de 6% a 33%. Beneficia negócios com folha de pagamento mais robusta.
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Anexo V → serviços especializados (como engenharia e publicidade), alíquotas de 15,5% a 30,5%. Mais oneroso para empresas com gastos baixos em folha.
Assim, o Fator R é o divisor de águas: dependendo do cálculo, a empresa pode pagar quase o triplo de impostos.
Por que o fator R é tão importante?
Primeiramente, porque ele é a chave para reduzir impostos de forma legal no Simples Nacional. Além disso, o cálculo:
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Garante economia tributária direta, especialmente para prestadores de serviços.
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Permite planejamento estratégico, como a definição do pró-labore dos sócios.
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Aumenta a competitividade, já que pagar menos impostos pode significar preços mais atrativos ou margens maiores.
Como não errar no cálculo
Ainda que a fórmula pareça simples, os valores mudam mês a mês e qualquer erro pode custar caro. Por isso, é recomendável contar com um contador especializado. Ele garante que a empresa aproveite sempre a melhor tributação possível e não pague impostos além do necessário.
O Fator R do Simples Nacional é um dos pontos mais importantes para empresas de serviços. Afinal, ele pode definir se a tributação será de 6% ou de 15,5% logo na primeira faixa.
Portanto, dominar esse cálculo não é apenas uma obrigação, mas também uma estratégia para reduzir impostos e melhorar a saúde financeira da sua empresa.
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